Eu morava no Mato Grosso até
completar meus dez anos de idade, quando meus pais decidiram vir morar no Pará.
Resolvemos tudo bem rápido e no dia da viajem partimos de Sinop em direção à
Parauapebas, viajem que dura em cerca de três dias.
Chegando em Redenção,
cidade próxima à divisa com o Pará, paramos em uma conveniência, onde uma
senhora se aproximou da gente e disse:
– E ai, manos! O que vocês
querem?
Eu comecei a sorrir. Sem
saber quem era a mulher, se era a atendente ou não, olhei para o meu pai e
disse:
– A mulher chamou nós de manos,
ela é boboca?
Meu pai achando engraçado
começou a sorrir e disse:
– Minha filha, estamos no Pará! Daqui
uns dias você tá falando do mesmo jeito que ela. Cada estado tem um sotaque, um
modo de falar diferente. Já já que você para de puxar o ‘r’ e me chama até de
"mano".
Eu comecei a sorrir e
perguntei se ela era a dona da lanchonete. Pedi desculpas, pois não era
acostumada com aquele sotaque.
Thais Ferreira da Silva – aluna do 1º ano IV da E.
E. E. M. Prof.ª Maria da Glória Rodrigues Paixão
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