sexta-feira, 24 de maio de 2019

Lugar onde eu morava


Nasci e cresci em Pernambuco. Meu pai é baiano e minha mãe, paraense.
     Com dois anos fomos morar em Salvador, capital da Bahia. Lá aprendi seus ritmos e sua cultura: dança, capoeira, seu modo de falar etc. Mas estranhei muito o sotaque dos baianos, pois em Pernambuco falamos de um modo bem diferente e eu, é claro, falava como os meus familiares, o que acabou fazendo com que eu sofresse bullying na escola.
Com oito anos de idade meus pais resolveram vir morar no Pará. Chegando aqui, notei muitas diferenças: o estilo das casas, o modo de falar das pessoas, a culinária, a música etc.  Quando chegamos, minha avó, paraense da gema, me olhou e falou:
– Égua mana, mas vocês demoraram pra chegar, hein?!
 Quando ouvi  isso já notei diferença no seu sotaque. Eu respondi:
 – Então, né, vó. De lá pra cá, onde nós ‘morava’, é longe demais, ‘véi’. São três dias de viagem e doze horas, de lá pra cá.
 Meu avô chegou, era mineiro, estranhei mais ainda por conta de como ele fala, ele dobra muito o "R". Então ele perguntou:
– Uai, que horas vocês chegaram? Por que tanta demora?
– Chegamos agora pouco, cara. Estamos cansados pra porra, ‘véi’. A estrada ‘tava’ muito ruim. Respondeu meu pai.
Então percebi que no Brasil há vários modos de falar, cada região, cada estado e também cada cidade tem suas variações linguísticas. 

 Eduarda Chaves Silva – aluna do 1º ano IV da E. E. E. M. Prof.ª Maria da Glória Rodrigues Paixão

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