Nasci e cresci em Pernambuco. Meu
pai é baiano e minha mãe, paraense.
Com dois
anos fomos morar em Salvador, capital da Bahia. Lá aprendi seus ritmos e sua
cultura: dança, capoeira, seu modo de falar etc. Mas estranhei muito o sotaque
dos baianos, pois em Pernambuco falamos de um modo bem diferente e eu, é
claro, falava como os meus familiares, o que acabou fazendo com que eu sofresse
bullying na escola.
Com oito anos de idade meus pais
resolveram vir morar no Pará. Chegando aqui, notei muitas diferenças: o estilo
das casas, o modo de falar das pessoas, a culinária, a música etc. Quando chegamos, minha avó, paraense da
gema, me olhou e falou:
– Égua mana, mas
vocês demoraram pra chegar, hein?!
Quando ouvi isso já notei
diferença no seu sotaque. Eu respondi:
– Então, né, vó. De lá
pra cá, onde nós ‘morava’, é longe demais, ‘véi’. São três dias de viagem e
doze horas, de lá pra cá.
Meu avô chegou, era mineiro,
estranhei mais ainda por conta de como ele fala, ele dobra muito o
"R". Então ele perguntou:
– Uai, que horas vocês chegaram?
Por que tanta demora?
– Chegamos agora pouco, cara. Estamos
cansados pra porra, ‘véi’. A estrada ‘tava’ muito ruim. Respondeu meu pai.
Então percebi que no Brasil há
vários modos de falar, cada região, cada estado e também cada cidade tem suas variações linguísticas.
Eduarda Chaves Silva – aluna do 1º ano IV da E. E.
E. M. Prof.ª Maria da Glória Rodrigues Paixão
Muito bom! Gostei muito
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